Em MS, 5,9 milhões de litros de pesticidas utilizados são considerados tóxicos

As propriedades rurais de Mato Grosso do Sul utilizaram 43 milhões de litros e 17 mil toneladas de agrotóxicos, de janeiro a junho deste ano, segundo dados da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal). Deste total, 5,9 milhões de litros são considerados altamente e extremamente tóxicos. No mesmo período do ano passado, o total utilizado chegou a 42 milhões de litros e 13,6 mil toneladas.
No ano passado, 4,9 milhões de litros foram altamente tóxicos. No dia 30 de junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto instituindo o Pronara (Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos). O objetivo é reduzir o uso de agrotóxicos no Brasil, considerados muito tóxicos para o meio ambiente e para a saúde humana.
Ainda de acordo com a Iagro, em Mato Grosso do Sul, 2.930 produtos estão liberados atualmente, sendo que os mais comuns usados no Estado são os produtos classificados como herbicidas, glifosato, atrazina, utilizados para o controle de plantas daninhas e manejo da cultura para colheita. “O grande desafio para a pesquisa tem sido buscar soluções tecnológicas para os agricultores reduzir a população de plantas invasoras e manejar os restos culturais (dessecação) para viabilizar a colheita. Temos que lembrar que a utilização do plantio direto na palha dessecada foi um importante avanço de tecnologia de cultivo nos trópicos, uma vez que protege o solo da erosão e diminui o carreamento de solo para nossos rios”, pontuou o órgão.
Para a Iagro, a medida é vista de forma positiva e vai de encontro com as políticas públicas do Governo do Estado. Desde 2019, Mato Grosso do Sul tem o MIP (Programa de Manejo Integrado de Pragas) para reduzir o uso de agrotóxicos e seus impactos ambientais e à saúde, promovendo práticas agrícolas sustentáveis. O programa foi elaborado com a participação de diversas instituições de pesquisa e do setor produtivo, e tem como objetivo principal a produção agrícola sustentável.
“A Iagro tem investido em controle com aplicação de inteligência de dados, ações integradas de fiscalização com o Mapa, Ibama e forças da segurança pública para combater o mercado de agrotóxicos irregular, entre outras medidas estratégicas de educação sanitária para promoção de resultados favoráveis no contexto de saúde única: humana, animal e ambiental”, diz parte da nota. Apesar da ausência de um dado oficial, a estimativa é que Mato Grosso do Sul esteja entre os cinco ou seis maiores consumidores de agrotóxicos do Brasil, ficando atrás de estados como Mato Grosso, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats.
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