PF flagra esquema em área indígena e desmonta organização que movimentou R$ 1, 2 milhão
A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (15) em Aripuanã (mais de mil quilômetros de Cuiabá) e nas cidades de Espigão D’Oeste, em Rondônia, e Tocantins, no estado de Minas Gerais.
O objetivo da Operação Ankara é combater a prática de extração clandestina de madeira da Terra Indígena Aripuanã. Além dos mandados, também foi determinado pela Justiça o sequestro de bens dos envolvidos no esquema criminoso, no valor de R$ 1,2 milhão.
Segundo a PF, o montante engloba os valores estimados pela investigação para a recuperação das áreas degradadas. Foi somado a isso os rendimentos ilícitos do grupo e as movimentações financeiras suspeitas de serem forma de lavagem de dinheiro.
As investigações se iniciaram após a realização de fiscalização conjunta da Polícia Federal e do Ibama, em julho de 2022, próximo à Aldeia Paralelo 10, em um ramal que dá acesso à Terra Indígena Aripuanã.
Na oportunidade, foi realizada a abordagem da pessoa que se autointitula “Turco”, que conduzia uma caminhonete bandeirante branca, vindo da saída da Terra Indígena.
Com ele foram encontradas ferramentas destinadas à manutenção de maquinário pesado, assim como folhas e documentos de registros contábeis e de logísticas destinados a conferência de metragem e valores de espécies de madeira (romaneio de toras).
Consta, ainda, que foi destacada equipe policial para o interior das áreas de exploração, percebendo-se várias toras de madeira aguardando serem retiradas, assim como máquina trator esteira dirigida à extração/corte de madeiras.
Com o aprofundamento da investigação foi identificada a existência de uma organização criminosa voltada a prática de desmatamento ilegal, extração e comercialização ilegal de madeira em Terra Indígena (com o apoio de indígenas para essa finalidade), visando, ainda, à inserção de dados falsos no sistema Sisflora, conferindo-se ares de legalidade à transação e transporte da madeira, com a sua respectiva comercialização no mercado interno.
A Operação Ankara faz alusão à capital da Turquia (Ancara), considerando que o principal alvo se autodenomina “Turco”.