Benefícios sociais já movimentaram mais de R$ 1 bilhão em MS neste ano

Os benefícios sociais destinados aos cidadãos de Mato Grosso do Sul injetaram mais de R$ 1 bilhão na economia estadual nos sete primeiros meses deste ano. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o programa Bolsa Família destinou R$ 945,97 milhões de janeiro a julho deste ano a MS.Já o programa Mais Social, conforme dados da Transparência do governo do Estado, transfere mensalmente, em média, R$ 18 milhões, para atender mais de 38 mil famílias. Considerando a média nos mesmos sete meses, foram R$ 144 milhões disponibilizados na economia estadual.Somados os dois benefícios de transferência de renda, o valor total chega a R$ 1,089 bilhão movimentados na economia de Mato Grosso do Sul neste ano.Conforme os economistas ouvidos pelo Correio do Estado, os recursos dos benefícios sociais são importantes para movimentar e manter a economia aquecida, pois garantem que o dinheiro circule no mercado local, mas eles ressaltam que podem atrapalhar a inserção dos beneficiários no mercado de trabalho.O economista Eduardo Matos explica que os benefícios sociais têm duas vertentes diferentes de atuação.
“A frente social, de inclusão econômica das famílias, mas também há o ponto de vista econômico, em que todos os recursos financeiros que são disponibilizados para famílias de baixa renda são convertidos em consumo”, avalia.Ainda segundo o economista, a propensão de que todo o recurso seja usado para o consumo é de quase 100%, no caso das famílias de baixa renda, enquanto a propensão a poupar, ou seja, o potencial para se poupar, é praticamente zero.“Pelo ponto de vista econômico, a injeção de recurso financeiro na classe mais baixa da economia significa consumo, e o consumo, por sua vez, movimenta o comércio, tanto o comércio de bens quanto de prestação de serviços, e isso movimenta a economia local”, ressalta Matos.O doutor em Administração Leandro Tortosa destaca que os programas contribuem para “lubrificar as engrenagens que movimentam a cadeia econômica do País”, tendo em vista que, comprovadamente, os valores impactam diretamente diversos setores.Com base em um amplo estudo do Banco Mundial (“Cash Transfers and Formal Labour Markets – Evidence from Brazil”), Tortosa aponta que a cada US$ 1,00 investido pelo governo, o benefício social devolve aproximadamente US$ 2,16 para a comunidade local.“O estudo mostrou que, em média, 54% do gasto dos beneficiários é em serviços, sendo dois terços gastos em lojas físicas”.Conforme publicado na semana passada pelo Correio do Estado, segundo o especialista em Gestão de Pessoas e Recrutamento Executivo Carlos Ornellas, um estudo divulgado em 2024 pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) apontou que a ampliação dos benefícios do Bolsa Família nos últimos anos tem contribuído para a redução da busca por emprego entre grupos mais vulneráveis da população, como mulheres, jovens e trabalhadores com menor escolaridade.“Com o aumento expressivo no valor médio do benefício, que praticamente triplicou em relação ao patamar pré-pandemia, observou-se um efeito direto e relevante na queda da participação laboral”, explicou.MAIS SOCIALO programa Mais Social atende, em média, 38 mil pessoas em Mato Grosso do Sul, cada uma recebendo mensalmente R$ 450. De acordo com dados da Transparência do governo estadual, o benefício transfere cerca de R$ 18 milhões por mês para as famílias cadastradas.Criado pelo governo do Estado, o programa é voltado a famílias em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar e nutricional, com o objetivo de promover inclusão social e ampliar o acesso a políticas públicas. Segundo a Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos (Sead), o Mais Social assegura o mínimo necessário para a mesa de milhares de famílias.O programa tem um recorte relevante: 95% dos cartões estão registrados em nome de mulheres, reforçando o protagonismo feminino no cuidado com o lar e na administração dos recursos domésticos.Pelas regras, o valor só pode ser usado para compra de alimentos e produtos de higiene pessoal, sendo proibida a aquisição de bebidas alcoólicas e produtos derivados do tabaco.
O descumprimento dessas normas pode resultar na exclusão do beneficiário.Desde 17 de março, o Estado intensificou a busca ativa: equipes vão de casa em casa identificar pessoas em situação de vulnerabilidade que ainda não recebem nenhum tipo de auxílio. A meta, segundo a titular da Sead, Patrícia Cozzolino, é erradicar a extrema pobreza até o fim deste ano.“Estamos usando georreferenciamento para encontrar pessoas que estavam invisíveis para o poder público e desprovidas de programas sociais, seja do Estado, seja do governo federal. Esse trabalho continua.
Queremos, ainda em 2025, poder dizer que Mato Grosso do Sul será o primeiro estado do País a erradicar a extrema pobreza”, afirmou.BOLSA FAMÍLIAEm julho, o valor médio do Bolsa Família em Mato Grosso do Sul foi de R$ 681,10, dividindo os R$ 129,6 milhões repassados a 190,6 mil famílias nos 79 municípios do Estado.Relançado em março de 2023 pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o programa garante um benefício mensal mínimo de R$ 600, com acréscimos de acordo com a composição familiar.Entre os adicionais, está o Benefício Primeira Infância, de R$ 150 por criança de zero a 6 anos. Em MS, 111 mil crianças dessa faixa etária recebem o valor extra, num investimento superior a R$ 15,1 milhões.Outro adicional é o de R$ 50 destinado a crianças e adolescentes de 7 anos a 18 anos, além de gestantes e nutrizes. No Estado, 172,8 mil crianças e adolescentes recebem esse complemento, assim como 7,5 mil gestantes e 3,3 mil nutrizes, com aporte de mais de R$ 8,1 milhões.Campo Grande lidera o número de beneficiários: foram 48,8 mil famílias atendidas em julho, totalizandoR$ 32,8 milhões e valor médio de R$ 673,90.
Na sequência aparecem Dourados (12,8 mil), Corumbá (9,5 mil), Ponta Porã (9,1 mil) e Três Lagoas (7,3 mil).O mês de julho também registrou um dado positivo: 11,6 mil famílias de MS deixaram o programa por aumento da renda, seja pelo acesso a emprego ou pelo empreendedorismo.Desse total, 6,6 mil encerraram o prazo de dois anos da Regra de Proteção, período em que recebem metade do benefício, e 5 mil ultrapassaram o limite de renda previsto. No Brasil, foram 958 mil famílias que superaram a linha da pobreza no mês.“Quase um milhão de famílias superando a pobreza neste mês no Brasil. Isso é fruto de um trabalho de qualificação profissional, de apoio ao empreendedorismo, garantindo que as pessoas tenham condição de elevar a renda”, afirmou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.“A pessoa sai do Bolsa Família, mas não do Cadastro Único.
Se lá na frente perder o emprego, a renda, volta automaticamente para a proteção social, para o Bolsa Família. Mas são quase um milhão de famílias do Brasil que agora têm mais dignidade. Isso mostra que o povo do Bolsa Família quer trabalhar, quer emprego decente, quer ajudar o Brasil a crescer”, finaliza o ministro.
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