Chapéu de aba larga: o que há por trás do acessório de Melania Trump

O acessório de estilo enigmático de Melania Trump, o chapéu de abas largas que cobria o rosto, está de volta. E este projetou uma sombra ainda mais baixa e próxima — tornando suas expressões ainda mais indecifráveis — do que qualquer outro antes.

A primeira-dama adotou uma postura adequadamente formal na quarta-feira (17), quando o Príncipe e a Princesa de Gales a receberam, junto com o Presidente Trump, ao saírem do helicóptero Marine One no Castelo de Windsor para sua segunda visita de Estado sem precedentes ao Reino Unido. Vestida de Dior cinza-escuro, a ex-modelo parecia se esconder sob um chapéu de cor ameixa-escura, parecido com um guarda-chuva, desde o início.

Enquanto caminhava pelos jardins do castelo ao lado da Rainha Camilla, o contraste entre as duas era impressionante. Enquanto o rosto de sua anfitriã parecia iluminado pela luz do sol que passava pela aba fina e virada para cima de seu chapéu Philip Treacy, o de Melania estava virado para baixo e opaco, suas bordas produzindo uma silhueta angular que apenas adicionava ao efeito severo de seu tailleur saia de estilo militar. Em vez de motivos práticos (os setembros britânicos tipicamente não exigem proteção solar), a mensagem da chapelaria era clara: “Não olhem para mim.”

A primeira-dama frequentemente usa acessórios, sejam chapéus ou óculos de sol grandes, como armadura. Na posse presidencial de janeiro, ela combinou seu tailleur sóbrio azul-marinho com um chapéu de palha de abas tão largas que (intencionalmente ou não) impediu de forma memorável que seu marido a beijasse na bochecha. Pareceu uma escolha proposital em um dia que, para ela, marcou o início de mais quatro anos de escrutínio midiático indesejado.

Aqui também, em uma viagem já com poucos compromissos públicos e marcada por protestos em Windsor e Londres, a primeira-dama parecia reiterar o perfil discreto que tem mantido durante o segundo mandato de seu marido.

No entanto, Melania também tem o hábito de confundir os observadores de moda. Porque se seu traje diurno era destinado a desviar o olhar do mundo, seu vestido de jantar gritava por atenção.

A essa altura, é claro, o chapéu de Melania havia sido retirado — os únicos acessórios de cabeça permitidos em um banquete de estado são as coroas e tiaras usadas por membros da realeza sênior. Mas, além de revelar seu rosto pela primeira vez naquele dia, a primeira-dama fez uma tentativa ativa de se destacar em um vestido de Carolina Herrera amarelo-dente-de-leão.

Jantares de estado são os eventos sociais britânicos mais formais. E embora o código de vestimenta para mulheres não seja escrito, e portanto aberto a interpretações, o traje tomara que caia de Melania existia em suas franjas. O vestido tinha mangas compridas e era longo até o chão, sim, mas a primeira-dama também foi uma das pouquíssimas convidadas (sua enteada Tiffany Trump sendo outra) com os ombros totalmente à mostra. Sua vistosa fivela quadrada, cinto rosa-pastel também deve ter levantado sobrancelhas.

Em suma, o traje foi, como a estilista de celebridades Marian Kwei educadamente colocou para a BBC, “um pouco ousado demais.” Leia nas entrelinhas o que quiser. A primeira-dama está claramente menos preocupada com a comunicação através da moda do que muitas de suas antecessoras. Às vezes, suas escolhas de moda não parecem sinalizar muito, pois ela evita simbolismos óbvios e se baseia em grifes de luxo europeias consagradas (Dior frequentemente entre elas) em vez de estilistas emergentes. Em outras ocasiões, as mensagens pareceram tão fora de sintonia — como o casaco, adornado com as palavras “EU REALMENTE NÃO ME IMPORTO, E VOCÊ?” que ela usou para visitar um centro de detenção de crianças imigrantes no Texas em 2018 (uma peça que sua porta-voz mais tarde teve que esclarecer que não continha “nenhuma mensagem oculta”) — que só se pode esperar que nenhuma consideração tenha sido feita nelas.

Dito isso, Melania ainda executa o básico da vestimenta diplomática. Embora considerado o mínimo, homenagear estilistas ou marcas do país anfitrião é, por exemplo, sempre de bom tom. Na quarta-feira, a primeira-dama fez uma referência à herança britânica ao vestir um casaco trench coat longo da Burberry, com a gola levantada e combinado com óculos de sol grandes da Saint Laurent, para embarcar no Air Force One em Washington DC. Ela usou o mesmo visual para desembarcar no Aeroporto de Londres Stansted, o icônico padrão xadrez da marca ocasionalmente visível enquanto o casaco se movia ao redor de seus pés. A Burberry pode ter sido uma escolha óbvia, mas o gesto não passou despercebido.

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