Uma semana após megaoperação, Doca segue foragido e na mira da polícia
Uma semana após a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, o principal alvo da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Edgar Alves de Andrade — conhecido como “Doca” ou “Urso” — permanece foragido.
Apontado pelas forças de segurança como uma das principais lideranças do Comando Vermelho (CV), Doca conseguiu escapar durante a ação policial. Segundo apuração do analista convidado da CNN Brasil Leandro Stoliar, a fuga contou com a proteção de cerca de 70 integrantes da facção, que formaram um cerco armado para garantir a saída do criminoso da região.
A polícia ainda não sabe o paradeiro dele. O Disque Denúncia oferece recompensa de R$ 100 mil por informações que levem à localização do suspeito — o mesmo valor pago por informações sobre Fernandinho Beira-Mar quando ele fugiu para a Colômbia.

“Tribunal do CV”: quem são faccionados que torturam moradores da Penha (RJ)
De acordo com o Ministério Público, Doca é apontado como o responsável por ordenar atos de tortura no Complexo da Penha. Ele é considerado um dos chefes do tráfico de drogas do Comando Vermelho e, atualmente, lideraria o comércio ilegal de entorpecentes no Morro do São Simão, em Queimados, na Baixada Fluminense.
Natural de Caiçara, na Paraíba, Doca despontou como uma das principais figuras da facção ao longo dos últimos anos, acumulando influência dentro da estrutura do CV e comandando operações criminosas em diferentes pontos do estado do Rio.
As forças de segurança seguem realizando diligências para tentar localizar o suspeito. A megaoperação do dia 28 de outubro resultou em mais de 120 mortos, segundo informações oficiais, e foi a maior ação policial mais letal já registrada no estado.
A operação contou com a participação de 2.500 agentes da Polícia Civil e Militar. Ao todo, 121 pessoas morreram, sendo 117 suspeitos e quatro policiais.
Foram presos 113 indivíduos e apreendidas 120 armas, sendo 93 fuzis. O prejuízo ao crime organizado é estimado em R$ 12,8 milhões.
Corpos enfileirados em rua do Rio de Janeiro após operação policial mais letal da história da cidade • REUTERS/Ricardo Moraes
m resposta à atuação policial, criminosos do CV também utilizaram tecnologia, sendo flagrados arremessando bombas em uma comunidade através de um drone. • Reprodução/Redes sociais
Megaoperação envolvendo cerca de 2.500 policiais civis e militares é deflagrada nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro • CNN
Houve o registro de tentativas de bloqueios de ruas por parte dos membros do Comando Vermelho (CV) em retaliação à Operação Contenção • Reprodução
Forças de Segurança do Rio realizam uma Operação nos Complexo da Penha e Alemão, com o objetivo de prender lideranças criminosas • ÉRICA MARTIN/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
A fuga de criminosos armados foi registrada por drones policiais
Três moradores foram socorridos ao Hospital Getúlio Vargas. Ao menos sete pessoas foram socorridas e tiveram atendimento médico • Estadão Conteúdo
Nas redes sociais, o governador Cláudio Castro informou que o dia terminou com mais de 100 fuzis apreendidos pelas Polícias Civil e Militar • Reprodução/Redes Sociais
Nenhum nome na lista
O Governo do Rio de Janeiro, por meio da Polícia Civil, divulgou o perfil de 115 suspeitos mortos na megaoperação policial realizada na última terça (28), que também resultou na morte de quatro policiais.
Contudo, uma análise da decisão judicial que autorizou a ação, emitida pela 42ª Vara Criminal, revela que nenhum dos 115 nomes divulgados consta entre os 58 réus que tiveram a prisão preventiva decretada.
A decisão judicial que decretou as prisões preventivas mirava em indivíduos de alta hierarquia, como Edgar Alves de Andrade, vulgo “Doca” e “Urso”, e Pedro Paulo Guedes, vulgo “Pedro Bala”, entre outros gerentes e soldados do tráfico.
Em contrapartida, dos 115 nomes de mortos informados pelo governo, 97 possuíam alguma passagem criminal, sendo a maioria por tráfico, e 59 tinham mandados de prisão em aberto, segundo as forças policiais.
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