“Foi traumático”: Ex-chefe da SEGA comenta quão doloroso foi ter que deixar a indústria de hardware

Peter Moore, ex-executivo da Sega of America, revelou detalhes sobre os momentos finais do Dreamcast e como a decisão de abandonar o mercado de consoles foi extremamente difícil para a empresa. O executivo, que posteriormente ocupou cargos de liderança na Xbox e EA Sports, explicou que a saída do segmento de hardware foi uma transição traumática para a companhia japonesa.

“O Dreamcast teve um início tremendo e realmente foi pioneiro nos jogos online… Mas diante do lançamento do PlayStation 2, e tudo o que a Sony podia fazer financeiramente que a Sega não conseguia, a situação se tornou muito difícil”, afirmou Moore em entrevista ao Eurogamer.

Segundo o executivo, a empresa se encontrava no “olho do furacão” durante o lançamento do PS2. A combinação entre dois consoles com vendas abaixo do esperado (Saturn e Dreamcast) e a dominância avassaladora da Sony no mercado levou a Sega a tomar a difícil decisão de se tornar apenas uma publicadora de jogos.

“Não foi uma transição fácil ou suave para uma empresa que construiu seu negócio em hardware de arcades e, obviamente, com o Genesis, o Sega Saturn e, claro, o Dreamcast. Foi traumático. Foi difícil”, explicou Moore, destacando o impacto emocional e comercial da mudança.

Apesar das dificuldades, a Sega conseguiu se adaptar rapidamente ao novo modelo de negócios, estabelecendo parcerias com fabricantes que antes eram seus concorrentes diretos. Títulos como Super Monkey Ball e Jet Set Radio Future se tornaram jogos de lançamento para GameCube e Xbox, respectivamente.

Moore revelou ainda que a Microsoft “veio um pouco ao nosso resgate” e “gostava de ter a Sega na indústria”. Esta aproximação entre as empresas tinha raízes no fato do Dreamcast rodar em um sistema operacional Windows, relação que mais tarde levaria o próprio Moore a assumir uma posição executiva na Xbox.

Fonte: GamesRadar