Bandai Namco reage à crise do anime e cria suas próprias escolas para formar novos animadores

A Bandai Namco Filmworks anunciou um novo plano de médio prazo para lidar com um dos maiores problemas da indústria japonesa de animação: a escassez contínua de profissionais qualificados. A estratégia, revelada em 17 de novembro no informativo oficial da empresa, será aplicada entre 2025 e 2027 e inclui uma série de iniciativas focadas na formação e retenção de talentos.

O estúdio afirma que a demanda por mão de obra especializada cresce em ritmo acelerado, impulsionada pelos cerca de 300 novos animes lançados anualmente. Para acompanhar esse movimento, a Bandai Namco passará a investir de forma mais estruturada em escolas internas de formação, um modelo que já vinha sendo testado, mas agora ganhará expansão.

Entre as ações previstas estão:

• Fortalecimento das escolas Sunrise Animation School e Sunrise Art School, voltadas a treinar profissionais prontos para ingressar imediatamente na produção de anime
• Cursos internos de roteiro e produção para funcionários interessados em migrar para áreas criativas
• Criação de equipes próprias de CG e filmagem, acumulando conhecimento em tecnologias digitais
• Lançamento de um programa que incentiva qualquer funcionário a apresentar propostas de novas IPs, com acompanhamento de todo o processo de desenvolvimento

As escolas ligadas à Sunrise oferecem bolsas e apoio financeiro para estudantes, que após a formação podem ingressar na Bandai Namco Filmworks. Já os cursos de roteiro e produção têm como foco colaboradores da própria empresa, permitindo que mudem de carreira sem precisar sair da organização. Segundo o estúdio, o objetivo é beneficiar não apenas a companhia, mas fortalecer o mercado como um todo.

Um dos destaques do novo plano é o “Projeto de Propostas de IP Original”, criado em parceria com a Sunrise e a Warner Bros. O programa aceitará ideias de funcionários de qualquer área ou nível de experiência, oferecendo a chance de vivenciar todo o ciclo de criação de uma propriedade intelectual, do conceito inicial ao desenvolvimento.

A empresa afirma que, com o mercado global de anime movimentando mais de US$ 19,3 bilhões em 2023, a falta de profissionais se tornou ainda mais evidente. Por isso, vê como responsabilidade própria garantir que o Japão continue produzindo animações com o alto padrão que consagrou o país no mundo.

Fonte: Auto

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