MT tenta “fechar” fronteira contra cepa andina do novo coronavírus
Na visita que fará nesta sexta-feira, 9, a Mato Grosso, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, deverá tratar da possibilidade de implantação emergencial de bloqueio sanitário na fronteira do Estado para evitar a entrada de uma cepa andina do novo coronavírus. A medida, segundo o senador Wellington Fagundes (PL-MT), relator da Comissão da Covid-19, consiste na imunização da população que habita a extensão fronteira de Mato Grosso com a Bolívia.
Na quinta-feira, 8, na sessão do Senado, Wellington alertou sobre os riscos da nova cepa do vírus e informou que pedirá ao ministro Queiroga a inclusão dos municípios instalados na zona de fronteira como prioridade do Programa Nacional de Imunização. A medida inclui também a fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. Preferencialmente, segundo ele, que a vacinação ocorra com vacinas da Janssen, em dose única.
“Essa é a nossa proposta em função de sermos dois Estados com extensa faixa de fronteira. Só o meu Estado tem 720 quilômetros de faixa de fronteira seca, ou seja, as pessoas podem passar a pé, ir de um lado para o outro” – frisou o senador mato-grossense. Anteriormente, o assunto já havia sido levado ao ministro Marcelo Queiroga, mas, segundo Fagundes, a ameaça da cepa andina se tornou real.
Mato Grosso está entre os três estados com menos de 10% de sua população imunizada com as duas doses ou dose única de vacinas contra a Covid-19. “São municípios com pequena população, em sua grande maioria, e que uma campanha consistente afastaria esse risco” – ele observou.
Ao todo, 28 municípios de Mato Grosso estão incluídos na classificação de faixa de fronteira. Entre eles estão Vila Bela da Santíssima Trindade, Cáceres, Poconé, Araputanga, Barão de Melgaço, Barra do Bugres, Lambari d’Oeste, Pontes e Lacerda, Rio Branco, Salto do Céu, São José dos Quatro Marcos, Vale do São Domingos e Tangará da Serra. Além disso, uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Municípios mostra que a possibilidade de os brasileiros moradores das localidades de faixa de fronteira se vacinarem em países vizinhos é menos da metade da chance que estrangeiros têm de receber a imunização contra a Covid-19 no Brasil. Portanto, o risco acaba sendo todo para o lado brasileiro.