sexta-feira, novembro 22, 2024
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Mudanças climáticas: incêndios graves no Mediterrâneo ligam alerta

Nas últimas semanas, relatos de uma série de incêndios devastadores na porção do Mediterrâneo alertaram sobre as graves consequências das mudanças climáticas. Segundo estudos realizados pelo Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, a região já conta com uma progressão de aquecimento global 20% maior do que o restante do planeta, sendo um dos territórios mais expostos às alterações climáticas.

Há quase 2 semanas, Grécia e Turquia vêm se destacando na mídia e em redes sociais devido às proporções caóticas que foram causadas por pouco mais de 10 dias consecutivos de incêndios. Até o último domingo (8), dezenas de casas foram destruídas em ambos os países, com registros de 2 mortos na Grécia, 8 na Turquia e incontáveis pessoas encaminhadas para hospitais, mesmo com a maioria das chamas sendo considerada sob controle e a previsão para os próximos dias classificada como animadora.

Na Espanha não foi diferente, e a Catalunha experimentou seu maior incêndio florestal dos últimos 2 anos, com cerca de 1,3 mil hectares de terras sendo completamente engolidas pelo fogo e cerca de 200 pessoas evacuadas de suas residências.

Em nota publicada em um novo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), foi relatado: “é inequívoco que a influência humana aqueceu a atmosfera, os oceanos e o solo”. Os autores também revelaram que o aumento do nível do mar, previsto para uma média de 2 metros até o final do século, não pode ser desconsiderado e, aliado às emissões contínuas de gases do efeito estufa, pode indicar quadros preocupantes em relação aos índices de calor no planeta.

“O Relatório do Grupo de Trabalho 1 do IPCC de hoje é um ‘alerta vermelho’ para a humanidade”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres. “Se unirmos forças agora, podemos evitar a catástrofe climática; mas, como o relatório de hoje deixa claro, não há tempo para delongas nem espaço para desculpas. Conto com os líderes do governo e todas as partes interessadas para garantir que a COP-26 seja um sucesso”, ele afirmou.

Os indicadores do relatório

A avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) registrou que a temperatura da superfície global entre 2011 e 2020 foi 1,09 °C superior em comparação ao período de 1850 a 1900, resultando nos anos mais quentes desde a 2ª metade do século XIX. Além do fator humano, a triplicação do aumento dos níveis do mar (em comparação com 1901-1971) aliada ao derretimento feroz das calotas do Ártico agravaram as condições climáticas terrestres.

“As consequências continuarão a piorar a cada pequeno aquecimento. E, para muitas dessas consequências, não há como voltar atrás”, disse o professor Ed Hawkins, da University of Reading (Reino Unido), que vê cenários com aumentos preocupantes de até 1,5 °C até o ano de 2040.

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