Comitê promove capacitação para que profissionais identifiquem modalidades de Tráfico de Pessoas na fronteira
Trabalho escravo e exploração sexual dentro e fora do país são as modalidades mais comuns
O Comitê de Estado de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas promove Oficina de Capacitação e Estratégias para que profissionais da saúde e da assistência social dos municípios de Cáceres, Quatro Marcos, Porto Esperidião e San Matias (Bolívia), que atuam direta e indiretamente com pessoas em situação de vulnerabilidade, possam identificar, denunciar e notificar vítimas de tráfico de pessoas em Mato Grosso.
As oficinas foram realizadas em Cáceres de 14 a 15 de outubro e deve ser realizada em outros municípios do Estado até o fim do ano.
Desde 17 de setembro, o Comitê de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas está vinculado à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), antes era vinculado à Secretaria de Estado de Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setasc).
Conforme a vice-presidente da Comissão Estadual para a Erradição do Trabalho Escravo (Coetrae) e representante da Sesp no Comitê do Tráfico de Pessoas, Márcia Ourives, em Mato Grosso há duas modalidades mais comuns do tráfico de pessoas: trabalho escravo e exploração sexual. Além disso há outros fins como casamento servil, remoção de órgãos, adoção ilegal e o trabalho infantil.
Pela fronteira de Mato Grosso, por onde entram a cocaína e armas ilegais no país, também entram bolivianos para serem explorados.
“Em São Paulo foram registrados 300 mil bolivianos atuando lá de forma ilegal e a Polícia Rodoviária Federal contabilizou 15 mil entrando via Mato Grosso. Os casos identificados de tráfico de pessoas, quando percebidos pelas polícias ou pelos órgãos de controle, são repassados para a Polícia Federal, que é a responsável por investigar esse tipo de crime”, explicou Márcia Ourives.
Dados do DataSUS apontam 21 casos em Mato Grosso de vítimas de tráfico de pessoas que deram entrada em unidades de saúde, entre 2012 a 2020. Pelo Disque 100, foram 254 denúncias de 2012 a 2018 de trabalho escravo e tráfico de pessoas. Os municípios com maior incidência são: Cuiabá, Várzea Grande, Campo Novo do Parecis, Rondonópolis, Vera, Barra do Garças e Ribeirão Cascalheira.