PF destrói barracos de narcotraficantes na fronteira com a Bolívia; veja imagens
Criminosos montaram um laboratório na fronteira para refinar cocaína. Foram apreendidos equipamentos como destilador e um potente gerador, enterrado no subsolo. A polícia também descobriu que eles usavam um sofisticado sistema de internet via satélite.
A Polícia Federal destruiu barracos construídos por narcotraficantes na fronteira com a Bolívia, durante a operação ‘Guaporé’, realizada nessa segunda-feira (28), em conjunto com a polícia boliviana, o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) e a Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer). Na região, localizada a poucos quilômetros de Comodoro (MT), os policiais também encontraram um laboratório destinado ao refino de cocaína.
No local, a polícia prendeu em flagrante um colombiano, dois bolivianos e um brasileiro, que foram encaminhados para Santa Cruz de La Sierra.
A caminho do laboratório, os agentes encontraram vários materiais de alta qualidade usados para refinar e transportar a droga. Foram apreendidos equipamentos como destilador e um potente gerador, enterrado no subsolo, além de uma grande quantidade de cocaína.
Estima-se que o laboratório teria capacidade de refinar aproximadamente duas toneladas de drogas por semana.
A polícia informou que também encontrou um sofisticado sistema de internet via satélite, rádio comunicadores, depósito de combustível, diversas redes, em uma espécie de dormitório, televisão, geladeira fogão e um refeitório.
Próximo ao local havia duas pistas de pouso, sendo uma aparentando ter sido inaugurada há pouco tempo. A refinaria possuía dois acessos, um pelo Rio Guaporé e outro pelo Córrego do Espeto.
Denúncias
A polícia informou ter recebido várias denúncias anônimas, informando sobre o suposto laboratório, onde estariam pousando pequenos aviões toda semana.
Em buscas às margens do Rio Guaporé, os policiais descobriram uma estrada que levava até uma barranca do rio – levantando a suspeita de que aquela poderia ser uma rota para a refinaria.
Após as informações preliminares, a polícia de Mato Grosso e da Bolívia se juntou para montar a operação.
Equipes conjuntas da Polícia Federal e do Gefron se posicionaram na fronteira, às margens do Rio Guaporé, para acompanharem, no lado brasileiro, os resultados das buscas realizadas pela Polícia boliviana.
Helicópteros do Ciopaer ajudaram no transporte das forças policiais brasileiras, por se tratar de um local de difícil acesso.
A principal hipótese, segundo a polícia, era a de que a pasta base de cocaína chegava até o laboratório de avião, em grandes quantidades, e ali era refinada até se transformar em cloridrato de cocaína.
Em seguida, era embalada, atravessava o Rio Guaporé com destino ao Brasil, onde era colocada em barcos ou caminhonetes e embarcada para caminhões em Comodoro.
A polícia informou ainda que as investigações terão continuidade para identificar os suspeitos envolvidos no refino e no transporte da droga no Brasil, além das rotas utilizadas e destino final do entorpecente.