‘Médicos fantasmas’ contratados em pronto-socorro de Cuiabá eram pedreiros e motoristas por aplicativo, diz delegado

Os ‘servidores fantasmas’ investigados pela Polícia Civil suspeitos de receberem como médicos sem exercer a função ou ter diploma eram na verdade motoristas por aplicativos e pedreiros. As informações foram confirmadas pelo delegado Cláudio Alvares, que investiga o caso.

A Delegacia Especializada de Combate a Corrupção (Deccor), deflagrou nesta terça-feira (3) a operação Chacal, para investigar servidores fantasmas, que estariam contratados e recebendo salários e valores referentes ao Prêmio Saúde, destinado a função de médico no Hospital Pronto Socorro de Cuiabá.

De acordo com o delegado, os servidores eram cadastrados como médicos, recebiam pela função, mas sequer tinham formação. Funcionários reais do hospital faziam o cadastro desses ‘servidores’ recebiam o dinheiro junto com eles.

Conforme as investigações, os falsos médicos se aproveitaram do período de pandemia pra conseguir entrar pelas contratações imediatas.

Por meio de nota, a SMS informou que em junho de 2020, a Coordenadoria de Gestão de pessoas identificou uma suspeita de irregularidade. Foi realizada uma investigação administrativa, em que constatou-se que três servidores não possuíam registro perante o Conselho Federal de Medicina;

Os servidores foram exonerados no sistema da folha de pagamento da SMS e a situação foi denunciada à Delegacia Especializada de Combate à Corrupção por meio de ofício, a pedido do então secretário municipal de Saúde, Luiz Antônio Possas de Carvalho.

Posteriormente, a investigação da SMS identificou outros três servidores na mesma situação e protocolou uma nova denúncia na Polícia Civil.

“A Secretaria Municipal de Saúde informa que mantém-se à disposição das autoridades na apuração de qualquer irregularidade apontada, mantendo a lisura e a responsabilidade na administração pública”, diz trecho da nota.

Operação Chacal

Na operação são cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços de funcionários da Secretaria Municipal de Saúde e de pessoas suspeitas de receberem valores do município como se estivessem atuando como médicos na unidade.

A princípio, os suspeitos responderão pelos crimes de peculato, associação criminosa e inserção de dados falsos no sistema.

A investigação teve início em 2021 e constatou que servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, valendo-se de contratações diretas ocorridas no período da Pandemia de Covid -19, passaram a cadastrar no sistema interno de admissão da secretaria ‘servidores fantasmas’ como se estivessem exercendo as funções de médicos no HPMC.

No entanto, nenhum dos suspeitos eram formados em medicina ou possuíam registro no Conselho Regional de Medicina (CRM).

Até o momento, a Deccor já constatou que seis suspeitos recebem salários e valores referentes a prêmio saúde de maneira irregular, como se fossem médicos.

A partir deste momento a investigação policial transcorre no sentido de identificar a participação de demais servidores públicos municipais e supostos médicos no esquema.

Fonte: G1 MT

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