Em busca de vaga, tem concurseiro que está há mais de 20 anos na “luta”

A prova para os cargos de analista administrativo e analista ambiental no ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) é realizada neste domingo (30). Em Campo Grande, concurseiros de todo o Mato Grosso do Sul e de outros estados tentam garantir uma das 35 vagas abertas para a região Centro-Oeste. Na porta da Uniderp, um dos locais de prova, o que não falta é história de concurseiros que lutam há anos para uma vaga em órgão público.
Este é o caso do engenheiro agrícola e mestre em agronomia Pedro Henrique Alves Martins, 41 anos, que há 25 anos está na batalha por vaga. Ele vai concorrer ao cargo de analista ambiental, função que já exerceu na iniciativa privada. “Eu tive oportunidade de trabalhar em grandes multinacionais e também no serviço público, e foi aí que eu percebi que meu lugar é no setor público”, relata Pedro Henrique.
Embora tenha feito faculdade em Campo Grande, ele mora atualmente em Goiás e voltou à Capital exclusivamente para a prova. Com uma rotina de estudos de seis a oito horas diárias, ele diz que tenta equilibrar a vida pessoal, e no fim de semana aproveitou para sair com a filha e a mãe. “Eu gosto da CESP, hoje Sepasp, porque ela valoriza quem estuda.
Uma errada anula uma certa, então, se você for chutar, pode até acertar, mas corre o risco de anular uma questão correta. Por isso, é importante montar uma estratégia para não se prejudicar”, explica. Ao todo, são 120 vagas para o cargo de analista administrativo e 230 para o cargo de analista ambiental.
Para a região Centro-Oeste, são ofertadas 10 vagas para analista administrativo e 25 para analista ambiental. Um grupo de amigos veio de Dourados para prestar a prova, entre eles o biólogo Rafael Esmério Flores, de 24 anos, que também vai tentar a vaga de analista ambiental. Ele vê o serviço público como uma oportunidade de estabilidade, especialmente para quem não quer continuar no regime CLT.
Rafael já fez cerca de sete concursos nos últimos anos e, além da prova deste domingo para o ICMBio, se prepara para o concurso do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) na próxima semana. Ele conta que estuda para os concursos sempre que consegue tempo, conciliando com seu trabalho e o curso de biomedicina. “Eu estudei cinco horas por três dias e, depois, pausava dois dias.
O tempo é apertado, especialmente para quem trabalha 12 ou 6 horas”, afirma Rafael. Ledilene Salcedo Alvez, de 36 anos, professora de biologia de Corumbá, veio a Campo Grande para realizar a prova. Ela tem pouco tempo para se dedicar aos estudos por conta da rotina como professora em escola integral, mas apesar dos desafios, espera um bom resultado.
“Eu chego em casa chorando, literalmente, para estudar. Aí eu comprei um cursinho preparatório e tem me ajudado bastante. No final de semana eu fico o dia inteiro estudando, agora dia de semana eu estudo no tempinho que estou livre, de duas a três horas”, desabafa Ledilene, que tenta outros concursos públicos desde 2019.
O arquiteto Rafael Renaud, de 30 anos, também tenta a vaga de analista ambiental no concurso de hoje. Ao longo de seis anos tentando ingressar na carreira pública, ele já fez mais de 10 provas. Rafael relata que estuda em média duas horas por dia, e apesar do trabalho, se preparou especificamente para este concurso desde dezembro.
“Especificamente para esse concurso do ICMBio, eu já venho me preparando desde dezembro do ano passado, aí vamos ver como que vai ser a prova e tudo mais, mas é uma expectativa boa, a preparação eu fiz”, comenta o arquiteto. Gabrielly Hanna de Jesus Cotte, de 27 anos, recém-formada em direito, também vai tentar a vaga de analista ambiental. Desde que completou sua graduação no ano passado, ela estuda exclusivamente para concursos.
Inicialmente, tentou a prova do CNU (Concurso Nacional Unificado), mas não obteve o resultado desejado, e agora segue tentando outras oportunidades. “Eu estou fazendo quatro horas de estudo, dividindo em dois turnos. Estudo duas horas de manhã e duas à tarde, porque eu não conto a resolução de questões como hora de estudo, mas eu resolvo cerca de 100 questões por dia”, afirma Gabrielly.
A remuneração para quem for aprovado no concurso é de R$ 8.817,72, com jornada de trabalho de 40 horas semanais. As provas são objetivas e discursivas, de caráter eliminatório e classificatório. O concurso terá validade de um ano, podendo ser prorrogado por mais um ano.
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