Campo Grande precisaria de dois hospitais municipais para suprir falta de leitos

Campo Grande precisaria de dois hospitais municipais para suprir falta de leitos

Você pode não precisar de uma vaga em hospital agora, mas poderá no futuro. Até ontem (30) à noite, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) contava 184 adultos aguardando serem internados rede pública de Campo Grande. A maioria deverá passar dias à espera de alguma liberação.

A Capital tem 1.753 leitos para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) e mais 1.276 para pacientes da rede particular. Esse número é insuficiente e seriam necessários pelo menos mais 500, calcula a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite. “Numa escala maior, seriam 1.000, considerando que os hospitais precisam ter uma retaguarda.

Não podem ficar com 100% dos leitos ocupados”, complementa. A quantidade mínima equivale a ter dois hospitais municipais nos moldes que a Prefeitura de Campo Grande pretende montar. O projeto atual prevê que 259 leitos sejam instalados usando parte do investimento de R$ 268,6 milhões, o total previsto na estrutura e equipamentos.

Se a proposta fosse duplicada, mais de meio bilhão (R$ 537,2 milhões precisamente) é o que custaria ter duas estruturas que comportassem o mínimo de leitos que a Capital precisa – sem pensar na retaguarda. A conta feita – Rosana Leite explicou hoje (30) que o cálculo se baseia em quatro pontos: número de pessoas que usam a rede pública de saúde, número de pessoas que usam a saúde privada, número de leitos atuais e o ideal definido pela OMS (Organização Mundial de Saúde): 3,2 leitos para cada 1.000 habitantes. Sobre o primeiro ponto, a secretária explicou que a Sesau considera que são 1,3 milhão os usuários do SUS em Campo Grande, embora o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) tenha projetado o total de 954.537 habitantes no ano passado.

“O número de 1,3 milhão de cartões SUS considera nossa população flutuante, que são as pessoas que vêm à cidade e voltam. Além disso, sabemos que o cálculo do IBGE está subestimado”, detalha. O segundo ponto considerado é a quantia de pessoas que têm plano de saúde ou podem pagar internação num hospital privado, que seria cerca de 20% da população campo-grandense, de acordo com a secretária.

Já a quantidade existente é de 3.029. Para chegar ao ideal preconizado pela OMS, a soma teria que chegar a 3,5 mil ou 4 mil aproximadamente. Tipos de leitos – Além de pediátricos e para atender emergências com bebês, Campo Grande precisa muito de leitos para atender pacientes vítimas de acidentes de trânsito, de cirurgia geral e de clínica médica.

A secretária acrescenta que é crescente a demanda por vagas para estabilizar pacientes que sofreram derrames. “Isso está sendo discutido cientificamente. É algum vírus que está causando algum processo inflamatório e levando a isso? É um fenômeno tromboembólico.

Aumentou muito o derrame”, comentou. Hospital Municipal e Regional de MS – A resposta para essa demanda de 500 leitos só será dada a longo prazo. Isso porque a Sesau já recebeu negativas de ampliação ao enviar ofícios para todos os hospitais que a prefeitura faz repasses do SUS.

As respostas são prédio anexo ao Hospital Regional de Mato Grosso do Sul que o Governo Estadual vai pagar para ser construído e o Hospital Municipal da prefeitura. Ambos dependerão de PPP (Parceria Público-privada). No caso do anexo, estão previstos 200 leitos.

Somando aos 259 que o Hospital Municipal poderá ter, ainda faltarão 41 para se chegar aos 500. “Os leitos do Hospital Municipal e o aumento de leitos no Regional, vai ser muito bom. Mas ainda vamos contar com a Santa Casa, o Hospital Adventista do Pênfigo e outros hospitais contratualizados para atendimento no SUS porque a nossa população, a tendência é só crescer”, conclui a secretária.

No caso do hospital da prefeitura, o projeto ainda está em fase de licitação. A empresa que vencer a disputa terá dois anos para entregar a obra pronta. Quanto à ampliação do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, o governo contratou o BIRD (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento) para a elaboração de estudo técnico, que já foi finalizado.

O próximo passo é abrir consulta pública sobre a PPP para depois ser elaborado o edital da licitação. A expectativa é terceirizar a administração por 30 anos com investimento total de R$ 5,6 bilhões. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats.

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Adriano Monezi

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