Geração de empregos em MS temo pior resultado desde a pandemia

Geração de empregos em MS temo pior resultado desde a pandemia

O saldo de empregos gerados em Mato Grosso do Sul apresentou o pior desempenho desde o início da pandemia. Dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apontam que, no primeiro trimestre deste ano, a diferença entre contratações e demissões foi de 12.584 vagas – queda de 54,5%, ante os 27.707 postos de trabalho gerados de janeiro a março de 2024.De acordo com os especialistas ouvidos pelo Correio do Estado, a queda na geração de empregos é justificada pela alta empregabilidade ou pleno emprego. O economista Eduardo Matos avalia que há um platô na curva da geração de empregos.

“Chegamos no ponto máximo em que se gera emprego. Mato Grosso do Sul vive atualmente em um estado de pleno emprego, isso é, a maior parte das pessoas que estão em idade ativa ou que estão em busca de um emprego estão de fato ocupadas, formal ou informalmente”, analisa Matos. O mestre em Economia Eugênio Pavão ressalta que o contexto econômico também tem influenciado na desaceleração da geração de novos empregos no Estado.

“As seguidas altas de juros influenciam o mercado de trabalho, com a redução dos investimentos e da abertura de vagas, afetando assim o saldo de empregos”, afirma.Ainda conforme os dados do MTE, o resultado do primeiro trimestre deste ano só é maior que o do mesmo período de 2020, quando 8.036 empregos foram gerados. No comparativo mensal, o saldo registrado em março deste ano (1.114 vagas) só é maior que o do mesmo mês de 2020, quando o resultado foi negativo em 616 vagas.“O primeiro trimestre de 2025 enfrenta os reflexos das altas de juros, que provocam resfriamento na economia, bem como o fator de instabilidade no comércio internacional, com as tarifas impostas pelo governo norte-americano e com a redução da produção agrícola, apresentando assim uma tendência de redução nos empregos em Mato Grosso do Sul, com a convergência das taxas de admissão e demissão”, detalha Pavão.Matos ainda complementa que a menor contratação de pessoas no mercado formal pode ser explicada por dois fatores. “Em primeiro lugar, MS demograficamente tem uma população muito pequena, dado seu território.

E isso faz com que os empregos sejam preenchidos mais rapidamente. Além de não haver mais uma ampliação de atividades que requerem uma contratação de novos trabalhadores, porque os investidores e as empresas estão reticentes quanto ao contexto econômico. E isso faz com que os investimentos sejam ou cessados ou adiados”, conclui o economista.PLENO EMPREGOConforme já publicado pelo Correio do Estado em fevereiro deste ano, a taxa anual de desemprego em MS fechou em 3,9% no ano passado, redução de 0,8 ponto porcentual ante o apurado em 2023 (4,7%).

O índice é o menor registrado em toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada desde 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).O doutor em Economia Michel Constantino afirmou ao Correio do Estado que Mato Grosso do Sul tem um cenário muito positivo quanto à empregabilidade e vive um momento de pleno emprego.“O Estado vem realmente crescendo nisso e vai continuar com a taxa de desemprego bem positiva, porque a gente está atraindo cada vez mais empresas, o que faz com que se mantenha esse nível de emprego, e podemos chamar tecnicamente de pleno emprego, porque o pleno emprego é quando você tem esse fluxo entre troca de empresa e uma taxa baixa de desemprego”, avalia. No quarto trimestre de 2024, a taxa de desocupação em MS foi estimada em 3,7%, a quinta menor do País, atrás de Mato Grosso (2,5%), Santa Catarina (2,7%), Rondônia (2,8%) e Paraná (3,3%). O maior valor foi verificado em Pernambuco (10,2%).

De acordo com o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, MS apresentou nível de ocupação superior a 60%, posicionando-se como o sétimo estado com maior nível de ocupação do País. O Estado também se destaca pela baixa taxa de desalento, a segunda menor do Brasil, e pela sexta menor taxa de informalidade.“Mato Grosso do Sul vem transformando vidas por meio do trabalho, emprego e renda”, diz o secretário, ressaltando que o Estado é um verdadeiro celeiro de oportunidades, com demanda por mão de obra na agroindústria, agropecuária, serviços e comércio, entre tantos outros segmentos.O governador Eduardo Riedel comentou sobre o assunto em agenda na manhã de ontem e afirmou que o Estado está trabalhando para qualificar mais pessoas. “O que temos de fazer é ir qualificando as pessoas, dando condição, porque não adianta só o pleno emprego, nós temos de mirar o resultado financeiro para essas pessoas, uma melhor renda para essas pessoas, e por isso também nós temos uma das mais altas rendas médias do País, porque esse emprego está vindo acompanhado de qualificação, de estudo, de conhecimento”, afirma Riedel.O rendimento médio mensal real dos trabalhadores sul-mato-grossenses também está acima da média nacional.

Enquanto o Brasil registra média de R$ 3.346, em MS, o valor chega a R$ 3.504, de acordo com os dados do IBGE.No cenário nacional, queda foi de 71% O mercado de trabalho brasileiro registrou a criação de 71,6 mil postos de trabalho com carteira assinada em março deste ano, de acordo com dados divulgados pelo MTE. No total, o governo contabilizou 2,23 milhões de admissões e 2,16 milhões de desligamentos no período.Em comparação com março de 2024, quando foram geradas 245,4 mil vagas formais, houve uma queda expressiva de 71% na geração de empregos. Este foi o pior desempenho para o mês de março desde 2020, no auge da pandemia de Covid-19, quando foram registradas 295 mil demissões formais.No acumulado do primeiro trimestre, o País gerou 654,5 mil empregos formais, o que representa uma redução de 9,8% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram criadas 725,9 mil vagas com carteira assinada.

Esse também foi o menor resultado para os três primeiros meses do ano desde 2023, quando foram abertas 537,4 mil vagas formais.@@NOTICIAS_RELACIONADAS@@.

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Adriano Monezi

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