Suzano consolida projeto e reina entre os gigantes do “Vale da Celulose”

Há 16 anos em Mato Grosso do Sul, a Suzano, maior empresa de celulose do mundo, consolida seus negócios bilionários no estado e mantém a liderança na produção de papel e celulose no Leste do Estado, região que concentra os principais players nacionais e internacionais do setor. A capacidade de produção instalada da Suzano no estado cresceu 346,15% desde 2009, quando construiu sua primeira fábrica em Três Lagoas – saltando de 1,3 milhão para os atuais 5,8 milhões de toneladas de celulose ao ano. Fundada há quase 100 anos pela família Feffer, no Ipiranga, em São Paulo (SP), a companhia hoje possui três unidades em operação em Mato Grosso do Sul: duas em Três Lagoas e uma em Ribas do Rio Pardo.
Juntas, essas unidades lideram a capacidade instalada de produção em Mato Grosso do Sul, com 5,8 milhões de toneladas de papel e celulose ao ano, entre os demais players presentes no estado. Em entrevista ao Campo Grande News , o diretor industrial da Regional Sul da Suzano, Maurício Miranda destacou a trajetória da companhia no estado, seus investimentos e os impactos socioeconômicos da atuação. “A Suzano faz parte da transformação socioeconômica de Mato Grosso do Sul ao longo de 16 anos.
Nesse período, investimos em educação, qualificação profissional, apoio à agricultura familiar e fortalecimento do comércio local, sempre alinhados ao nosso direcionador que diz que ‘só é bom para nós se for bom para o mundo’”, afirmou. A consolidação da Suzano no estado se intensificou a partir de 2017, com a inauguração da segunda linha de produção em Três Lagoas, com capacidade de 1,95 milhão de toneladas anuais, elevando a produção para 3,25 milhões de toneladas ao ano no estado. A terceira unidade entrou em operação em julho de 2024, em Ribas do Rio Pardo.
Batizado de Projeto Cerrado, o empreendimento recebeu investimentos de R$ 22,2 bilhões e tem capacidade de mais de 2,55 milhões de toneladas de celulose ao ano. “Recentemente, a unidade de Ribas do Rio Pardo atingiu a marca de 2 milhões de toneladas de celulose produzidas em 321 dias de operação, definindo um novo marco para o setor e reforçando a excelência técnica das operações da Suzano”, destacou Miranda. A capacidade de produção das três unidades da Suzano no estado representa hoje quase metade (47,15%) do total de 12,3 milhões de toneladas de celulose vendidas em 2024, quando a receita líquida somou R$ 47,4 bilhões – alta de 19% sobre o ano anterior.
Ampliação das exportações Mato Grosso do Sul é hoje o maior exportador de celulose do Brasil, responsável por cerca de 35% do volume nacional. A tendência é de aumento dessa fatia em curto prazo com os novos projetos anunciados pelos players internacionais, na avaliação de especialistas do mercado. A capacidade instalada do estado – nos atuais 7,6 milhões de toneladas por ano – deve quase dobrar em curto prazo e somar 14,7 milhões de toneladas anuais, apontam os dados da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).
Atualmente, quatro fábricas estão em operação: as três da Suzano; e uma da Eldorado Brasil Celulose, com sede em Três Lagoas, com capacidade de 1,8 milhão de toneladas produzidas ao ano. Acirrando a concorrência em meio aos bilionários incentivos fiscais estaduais e federais, a Arauco, da família chilena Angelini Rossi, prevê iniciar operações em Inocência, em 2028, com capacidade inicial de 3,5 milhões de toneladas anuais e investimento de US$ 4,6 bilhões (R$ 25,1 bilhões). Outro projeto, em licenciamento em Bataguassu, é o da Bracell, do grupo indonésio Royal Golden Eagle (RGE).
Com investimento de R$ 16 bilhões, a unidade terá capacidade de produzir 2,6 milhões de toneladas de celulose ao ano. Para fazer frente à demanda crescente das indústrias, a produção de árvores de eucalipto deve atingir um recorde acima de 1,7 milhão (1.753.340) de hectares na safra 2024/2025, conforme estimativas da Semadesc. Esses números devem colocar o estado como líder nacional e superar Minas Gerais.
Impactos socioeconômicos e ambientais Maurício Miranda também destacou a geração de empregos pela Suzano: são mais de 9 mil postos, entre diretos e terceirizados. Nas operações industriais, são 1,4 mil empregos diretos (800 em Três Lagoas e 650 em Ribas do Rio Pardo). Já nas florestas, são mais de 7,1 mil colaboradores (mais de 5 mil em Três Lagoas e 2.100 em Ribas).
A política de gênero também é ressaltada. Na unidade de Ribas são 655 mulheres empregadas. “Isso significa 27% do efetivo na indústria/área corporativa e 24% no setor florestal da unidade.
Em todo o MS, incluindo Três Lagoas e Ribas, são mais de 1.400 mulheres nas operações.” Sem entrar no mérito de impactos ambientais, o executivo explicou ainda que a empresa gera excedentes significativos de energia limpa: 150 MW médios em Três Lagoas (suficientes para abastecer 1,9 milhão de pessoas) e 180 MW médios em Ribas do Rio Pardo (equivalentes ao consumo de 2,3 milhões de pessoas). A unidade de Ribas também adota tecnologias pioneiras, como a gaseificação da biomassa para substituir combustíveis fósseis nos fornos de cal, contribuindo com a redução de emissões. É autossuficiente em insumos químicos, como ácido sulfúrico, peróxido de hidrogênio e oxigênio, e reutiliza 85% da água captada, devolvendo-a tratada ao Rio Pardo.
A Suzano possui 808 mil hectares de base florestal no estado, sendo 250 mil hectares destinados à conservação ambiental. A logística na unidade de Ribas é otimizada com raio médio de 65 km entre floresta e indústria, e cerca de 50% do transporte é feito por hexatrens, reduzindo emissões de carbono. Desde 2023, a empresa opera o primeiro módulo mecanizado de plantio de eucalipto do Brasil, desenvolvido com a Komatsu.
Agricultura familiar A companhia também investe em inclusão produtiva e agricultura familiar. Em 2024, foram cerca de R$ 5 milhões aplicados em cinco projetos de desenvolvimento rural, em parceria com prefeituras e instituições. Um dos destaques é o projeto de fortalecimento da bovinocultura de leite e hortifruticultura, em 12 municípios sul-mato-grossenses.
Além da capacitação de famílias nos assentamentos Mutum e Avaré, para colheita e comercialização de sementes florestais nativas. Diante da alta demanda por moradia, a Suzano investiu ainda mais de R$ 300 milhões em Ribas no período de construção da fábrica. Foram entregues 954 casas, além de um centro médico, melhorias urbanas e apoio a 21 projetos sociais.
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