Sem derrubar florestas, MS dobra área de soja

Sem derrubar florestas, MS dobra área de soja

Mato Grosso do Sul consolidou nos últimos anos uma posição de destaque quando o assunto é desenvolvimento sustentável na agricultura.A expansão da soja, principal cultura do Estado, ocorre de forma acelerada e com foco na recuperação de áreas degradadas, aponta levantamento recente.De acordo com o estudo de uso e ocupação do solo (UOS), desenvolvido pela Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), em parceria com o governo do Estado, a área cultivada com soja mais que dobrou em 15 anos.Entre a safra 2009/2010 e a safra 2024/2025, houve um salto de 1,77 milhão de hectares para 4,52 milhões de hectares, representando um aumento de 155%.O levantamento mostra que a expansão ocorreu, em sua maioria, sem pressão sobre a vegetação nativa. Do total, 56% das novas lavouras foram abertas em áreas de pastagens degradadas, 33% em regiões já utilizadas para agricultura, 7% substituíram outras culturas e apenas 4% avançaram sobre vegetação natural.Segundo o assessor técnico da Aprosoja-MS, Flávio Aguena, o crescimento é resultado de estratégias que conciliam competitividade e sustentabilidade.“Na agricultura tropical, o produtor rural necessita de práticas sustentáveis para ser competitivo diante de cenários econômicos desafiadores, com insumos cada vez mais caros e com uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo. Nesse contexto, a soja vem se expandindo em áreas estratégicas, desenvolvendo a economia local, recuperando áreas degradadas, sequestrando carbono e gerando oportunidades com uso de técnicas sustentáveis como o sistema plantio direto [SPD], manejo integrado de pragas [MIP] e integração lavoura-pecuária-floresta [ILPF]”, explicou.TECNOLOGIASEssas tecnologias têm permitido ao Estado ampliar a produção ao mesmo tempo em que preserva recursos naturais e cumpre exigências ambientais.O avanço da sojicultura impacta diretamente a economia sul-mato-grossense.

A agricultura responde por 33% do Valor Bruto da Produção (VBP) estadual, e as lavouras representam 52% desse total. Apenas em 2024, a atividade movimentou R$ 45,8 bilhões e foi responsável por 85% da arrecadação de ICMS no campo.Os reflexos também aparecem nas projeções de crescimento econômico. O relatório Resenha Regional, elaborado pelo Banco do Brasil, estima que Mato Grosso do Sul terá neste ano uma alta de 5,3% no Produto Interno Bruto (PIB), o terceiro maior incremento do País, impulsionado pelo agronegócio.Além da receita, a soja tem desempenhado papel importante na geração de empregos e na melhoria dos indicadores sociais.Estudo da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Sistema Famasul) identificou correlação positiva de 0,7 entre municípios produtores de soja e os maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDHs) do Estado.Isso demonstra que regiões com maior presença da cultura apresentam melhores condições de renda, educação e qualidade de vida.Esse efeito multiplicador tem contribuído para reduzir desigualdades regionais e consolidar a agricultura como vetor de desenvolvimento.EXPANSÃOO Estado ainda dispõe de espaço para crescer de maneira sustentável.

Estudo divulgado em 2024, pela revista sueca Land, aponta que o Brasil tem 28 milhões de hectares de pastagens degradadas com potencial para conversão em áreas agrícolas, sendo 4,3 milhões de hectares apenas em Mato Grosso do Sul.A transformação dessas áreas é considerada economicamente viável, com custo médio de R$ 5 mil por hectare. Essa alternativa reforça a importância da recuperação de pastagens e da preservação da vegetação nativa, ao mesmo tempo em que amplia a capacidade produtiva do Estado.Com crescimento acima da média, diversificação tecnológica e alinhamento às práticas de sustentabilidade, Mato Grosso do Sul se consolida como uma das principais referências na expansão da soja no Brasil.A estratégia de ampliar lavouras sem abrir novas áreas de floresta tem garantido equilíbrio entre desenvolvimento econômico, preservação ambiental e geração de oportunidades.

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Adriano Monezi

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