Fertilizantes: o futuro do alimento depende da riqueza que há sob os nossos pés

Fertilizantes: o futuro do alimento depende da riqueza que há sob os nossos pés
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Foto: Pixabay

A agropecuária brasileira é, há décadas, o motor da nossa economia e o pilar que sustenta nosso país como potência global na produção de alimentos. Colhemos os frutos de uma terra fértil e de trabalho e inovação constantes, mas há uma vulnerabilidade estratégica que precisa ser urgentemente enfrentada: a nossa dramática dependência da importação de fertilizantes.

Mais de 70% dos insumos que nutrem nossas lavouras e garantem a produtividade recorde vêm de outros países, um dado alarmante que coloca em risco a segurança alimentar e a estabilidade econômica do setor.

É momento de olharmos para o solo brasileiro não apenas como superfície produtiva, mas também como a solução que reside em seu subsolo, através de uma mineração sustentável e responsável.

O Brasil é detentor de algumas das maiores reservas de potássio e fosfato do mundo, elementos vitais para a composição dos fertilizantes. A contradição de importarmos o que temos em abundância é um paradoxo que só será resolvido com investimento e visão estratégica de longo prazo.

Avançar na mineração destes recursos nacionais significa criar uma cadeia de produção interna, gerando empregos, economizando divisas e, o mais importante, blindando nosso agricultor das crises geopolíticas e da volatilidade do mercado internacional, como a exposta recentemente com o conflito na Ucrânia, um de nossos principais fornecedores.

Mineração sustentável

A mineração para fertilizantes é, portanto, uma questão de segurança nacional e soberania alimentar. No entanto, é imperativo que este avanço ocorra dentro dos mais rigorosos preceitos de sustentabilidade ambiental e social.

O setor agropecuário sabe melhor do que ninguém a importância de preservar os recursos naturais para as futuras gerações. Neste contexto, a recente Lei do Licenciamento Ambiental representa um marco regulatório fundamental e um divisor de águas. Ela não flexibiliza a proteção ao meio ambiente, mas confere clareza, previsibilidade e celeridade aos processos, desburocratizando investimentos sem abrir mão do rigor técnico.

Antes, projetos importantes ficavam anos aguardando análise, gerando incerteza e desestimulando investimentos essenciais. Agora, temos um marco que define prazos e regras mais claras, assegurando que os empreendimentos minerários possam ser avaliados com a seriedade que merecem, garantindo a viabilidade econômica aliada à indispensável responsabilidade socioambiental.

Não se trata de escolher entre produzir alimentos ou minérios. Ambas as atividades são complementares e estratégicas para o Brasil. A mineração sustentável é a chave para libertar o agronegócio da dependência externa de fertilizantes, conferindo-lhe uma autonomia nunca antes experimentada.

Papel da Frente Parlamentar

Na Frente Parlamentar da Mineração Sustentável, trabalhamos para construir uma agenda positiva para o setor, pautada no equilíbrio indispensável entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental. Defendemos a modernização do marco regulatório, com regras claras que atraiam investimentos e garantam segurança jurídica, aliadas à adoção de práticas de alto padrão de responsabilidade socioambiental.

Lutamos por iniciativas que fomentem a inovação e a tecnologia para aumentar a eficiência na exploração dos recursos, reduzir impactos e promover a recuperação de áreas degradadas, assegurando que a mineração seja, de fato, uma força propulsora para a geração de emprego, renda e desenvolvimento regional sustentável em nosso país.

Temos a oportunidade histórica de atrair investimentos para explorar nossas riquezas minerais com tecnologia de ponta e compromisso inabalável com o meio ambiente. Precisamos unir forças, campo e indústria, para transformar nosso potencial geológico em prosperidade para o agro e em desenvolvimento para toda a nação brasileira. O futuro do alimento brasileiro depende também da riqueza que há sob os nossos pés.

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*Arnaldo Jardim é deputado federal, foi relator da Lei do Combustível do Futuro e é presidente da Comissão Especial de Transição Energética e Produção de Hidrogênio e vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA)


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