Cerrado perdeu área de vegetação equivalente a uma Bahia e meia, diz estudo

O Cerrado, segundo maior bioma brasileiro, perdeu 40,5 milhões de hectares de vegetação nativa entre 1985 e 2024, conforme dados da Coleção 10 do MapBiomas, instituto socioambiental que compila informações sobre a cobertura e o uso da terra no Brasil.
A área perdida equivale a 28% da cobertura original do bioma — ou 1,4 vezes o tamanho do estado da Bahia — e concentra-se principalmente na região do Matopiba, alvo da expansão agrícola nas últimas décadas.
Atualmente, 47,9% do Cerrado são ocupados por atividade humana e 51,2% permanecem cobertos por vegetação nativa. Quase metade da vegetação nativa remanescente do Cerrado (47,8%, ou 48,6 milhões de hectares) está concentrada na região do Matopiba, que compreende os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
A Formação Savânica foi a mais afetada, perdendo 26,1 milhões de hectares (32% de sua área em quatro décadas). No entanto, ainda permanece como a cobertura natural predominante, ocupando 28,4% do bioma.
Veja:

Em 1985, cerca de 42% dos municípios do Cerrado tinham a agropecuária como uso majoritário; em 2024, essa proporção subiu para 58%. No mesmo período, os municípios com mais de 80% de vegetação nativa caíram de 37% para 16%, enquanto 24% das cidades passaram a ter menos de 20% de cobertura natural.
Esses dados consideram a proporção de vegetação nativa em relação à área total de cada município.
A região do Matopiba, que ocupa 30% do bioma, concentrou 39% da perda líquida de vegetação nativa desde 1985, equivalente a 15,7 milhões de hectares, consolidando-se como a nova fronteira agrícola.
Na última década (2015-2024), segundo o levantamento, o Cerrado perdeu 6,4 milhões de hectares de vegetação nativa, sendo 73% dessa perda concentrada no Matopiba. Nos últimos 40 anos, a área agrícola na região aumentou 24 vezes, ou 5,5 milhões de hectares.
Segundo Bárbara Costa, do IPAM e da equipe do Cerrado do MapBiomas, o bioma vem sofrendo transformações rápidas nas últimas quatro décadas.
“Entre 1985 e 1995 ocorreu a maior supressão da vegetação nativa, seguida de expansão e intensificação da agricultura, consolidando a região como central na produção de grãos do país. Mais recentemente, o Matopiba se tornou a principal fronteira agrícola, concentrando grande parte da perda recente da vegetação e mantendo apenas metade da vegetação nativa remanescente do bioma”, explicou a especialista.
* Sob supervisão de Tonny Aranha
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