CineSesc traz marco do cinema mexicano e filmes restaurados de volta às telas

Um dos maiores sucessos da história do cinema mexicano, “Amores Brutos” (foto, 2000, Alejandro González Iñárritu), retorna à tela grande na sala do CineSesc. O drama psicológico traz três histórias paralelas que se conectam por um evento em comum: um acidente de carro na Cidade do México.

Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2001, sua aclamação ajudou a popularizar o formato de histórias cruzadas, uma febre cinematográfica da virada do milênio, além de elevar Iñárritu a um dos maiores diretores do cinema internacional.

Mergulhando ainda mais fundo no passado do cinema, o CineSesc dá continuidade à mostra Coleção Restaurados, reunindo mais de 10 longas-metragens de diferentes épocas, nacionalidades e estilos. A programação oferece ao público a chance de revisitar obras-primas da história do cinema em cópias digitais cuidadosamente restauradas.

A programação da Coleção Restaurados é uma viagem cinematográfica através do tempo, oferecendo um panorama diverso que vai de Kurosawa a Villeneuve, de Hitchcock a Cacá Diegues.

O gênero de terror tem um destaque especial na mostra, a exemplo da noite do dia 10 de outubro, que terá uma sessão dupla com dois clássicos absolutos do gênero: às 20h, “Psicose” (1960, Alfred Hitchcock) retorna à tela grande restaurado em 4K na versão estendida, incluindo 13 segundos de cenas que haviam sido cortadas pela censura norte-americana. Logo em seguida, às 22h30, será exibido “Poltergeist” (1982, Tobe Hooper), também em 4K.

O horror corporal de “A Mosca” (1986, David Cronenberg) também integra o time de pesos pesados do gênero, com diferentes sessões na mostra. Além disso, “Scanners” (1981), outro clássico cult do diretor, pode ser assistido gratuitamente na plataforma de streaming Sesc Digital até o dia 7 de dezembro, com acesso gratuito pelo site sesc.digital ou pelo aplicativo, disponível nas lojas Google Play e App Store.

O cinema brasileiro também marca presença na Coleção. “Bye Bye Brasil” (1980, Carlos Diegues) acompanha a Caravana Rolidei em uma viagem pelo interior do país, registrando as transformações sociais provocadas pela chegada da televisão. Outro clássico é “Dona Flor e seus Dois Maridos” (1976, Bruno Barreto), adaptação do romance de Jorge Amado que, por 34 anos, foi recordista de público no cinema brasileiro, com mais de 10 milhões de espectadores.

A mostra apresenta ainda “Onda Nova” (1983, José Antonio Garcia e Ícaro Martins), um marco queer do cinema brasileiro, em que onze mulheres criam um time de futebol. Já em “A Hora e a Vez de Augusto Matraga” (1965, Roberto Santos), a literatura de Guimarães Rosa ganha vida em um drama que mistura violência, religiosidade e dilemas morais.

O vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1973, “O Discreto Charme da Burguesia” (1972, Luis Buñuel), restaurado em 4K a partir do negativo em 35mm, oferece o habitual surrealismo corrosivo do diretor espanhol ao retratar a burguesia francesa em situações absurdas durante jantares que nunca acontecem. Já “Minha Adorável Lavanderia” (1985, Stephen Frears), cuja restauração em 2K contou com a supervisão do diretor de fotografia Oliver Stapleton, mostra o inesperado relacionamento entre dois homens durante a escalada das tensões políticas no governo Thatcher, na Inglaterra. O filme foi um dos primeiros trabalhos do ator britânico Daniel Day-Lewis e um marco no cinema LGBT.

A era de ouro de Hollywood é representada na mostra pelo drama policial “Crepúsculo dos Deuses” (1950, Billy Wilder), considerado um dos melhores filmes norte-americanos de todos os tempos. Na trama, um crime é investigado após um roteirista falido se envolver com uma decadente atriz do cinema mudo.

Entre os grandes títulos asiáticos, o público poderá conferir “Sonhos” (1990, Akira Kurosawa), um mergulho poético em oito vinhetas que misturam folclore, espiritualidade e preocupação ambiental. De Taiwan, “As Coisas Simples da Vida” (2000, Edward Yang apresenta) traz um retrato comovente das transformações silenciosas em uma família de classe média em Taipé.

Já entre os filmes mais recentes, a mostra inclui “Incêndios” (2010, Denis Villeneuve), um drama arrebatador que explora segredos familiares entre o Canadá e o Oriente Médio.

O cinema iraniano também marca presença na Coleção com “Através das Oliveiras” (1994, Abbas Kiarostami), restaurado em 2K a partir do negativo original em 35mm sob supervisão do filho do diretor, Ahmad Kiarostami. Filmado no norte do Irã devastado por um terremoto, o longa transita entre a ficção e a realidade ao retratar os bastidores da produção de seu filme anterior, “E a Vida Continua”.

Os filmes serão exibidos de 9 a 15 de outubro. A programação completa pode ser conferida em sescsp.org.br/cinesesc.


Fonte: https://revistadecinema.com.br/2025/10/cinesesc-traz-marco-do-cinema-mexicano-e-filmes-restaurados-de-volta-as-telas/

Conteúdo importado automaticamente pelo HOST Portal News

🔔 Clique no link, entre em nossa comunidade no WhatsApp do Guia Lacerda e receba notícias em tempo real!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *