70% dos brasileiros planejam a Black Friday; 60% gastarão mais de R$ 500

Sete em cada dez brasileiros já se planejam financeiramente para a Black Friday deste ano, e 60% pretendem gastar mais de R$ 500, segundo pesquisa da LWSA, que reúne as marcas Tray, Bling, Octadesk e Vindi.

Entre os produtos mais desejados, eletrônicos e eletrodomésticos seguem na liderança, com 53% e 44% das intenções de compra, respectivamente.

Itens como smartphones, geladeiras e airfryers continuam entre os mais procurados, ao lado de categorias como roupas, viagens e beleza.

O levantamento também revela que a experiência de compra é cada vez mais digital e móvel, já que 75% dos consumidores utilizam o celular nas compras online.

“O consumidor quer decidir e concluir a compra pelo celular. Simplicidade, agilidade e atendimento adequado às preferências do cliente não são mais diferenciais, mas requisitos básicos”, analisa o diretor da Octadesk, Rodrigo Ricco.

Por outro lado, o frete se mantém como fator decisivo: 48% desistem diante de taxas elevadas e 53% preferem esperar mais tempo para garantir frete grátis.

Esse dado reforça que competir apenas por preço é arriscado, de acordo com Thiago Mazeto, diretor de commerce na Tray.

“O consumidor busca valor, não apenas o menor preço. Ele considera o frete, a entrega rápida e a confiança na marca antes de finalizar a compra”, observa o executivo.

Entre as formas de pagamento, o Pix ganha protagonismo e já é a escolha de 38% dos entrevistados, 15 pontos percentuais acima do registrado no ano passado. O cartão de crédito ainda lidera, com 60%, mas vem perdendo espaço à medida que o consumidor busca alternativas mais práticas e acessíveis.

A diretora de Payments e Banking da Vindi, Monisi Costa, afirma que a tendência é de crescimento contínuo para o pagamento instantâneo.

“O cartão de crédito ainda domina, mas o Pix parcelado oferece aprovação imediata e maior controle de pagamento. É uma opção cada vez mais atraente, especialmente entre consumidores que não querem comprometer o limite do cartão”, explica.

Ela pondera, no entanto, que o sucesso do modelo depende da gestão financeira. “O Pix parcelado traz mais transparência e previsibilidade. Além disso, o consumidor brasileiro já está habituado a pagamentos recorrentes, o que torna seu comportamento mais disciplinado.”

Nas lojas, o desafio agora é garantir estrutura e planejamento para acompanhar o ritmo das vendas. Para os pequenos e médios empreendedores, o período representa uma oportunidade de destaque frente às grandes redes.

A pesquisa também revela mudanças geracionais. Jovens de até 24 anos planejam as compras de forma mais dinâmica e digital, acompanhando promoções e influenciadores nas redes sociais, enquanto consumidores mais maduros mantêm o hábito de organizar o orçamento com antecedência.

No comércio eletrônico, sites e aplicativos seguem como principais canais de compra, enquanto marketplaces e lojas físicas ainda mantêm relevância. A combinação entre múltiplos canais e variedade de pagamentos define o novo padrão de competitividade.

Marcelo Navarini avalia que as pequenas e médias empresas estão cada vez mais preparadas para competir.

“Com ferramentas de gestão e atendimento integradas, as PMEs têm condições de operar com eficiência e disputar espaço com grandes varejistas. As que adotam estratégias omnichannel e mantém presença em diferentes plataformas têm mais chances de capturar esse consumidor planejado”, afirma.

O diretor da Bling também destaca que o cenário econômico influencia diretamente o comportamento de compra.

“Com juros ainda elevados, o consumidor brasileiro tende a manter um comportamento mais racional. O crédito mais caro faz com que ele planeje melhor e busque descontos à vista, especialmente no Pix. O resultado é um consumo mais concentrado em datas promocionais e maior procura por condições especiais”, explica.

Para o empresário, isso exige preparo extra das PMEs: “O cenário pede atenção redobrada ao estoque e à precificação. A comunicação sobre descontos e benefícios precisa ser clara e antecipada, já que o consumidor está mais criterioso e busca o melhor custo-benefício.”