Confira os premiados do 22º Festival Oberá em Curtas, da Argentina
De 6 a 12 de outubro, a cidade missioneira de Oberá se vestiu de cinema com a 22ª edição do Festival Internacional Oberá em Curtas. Este ano, a coprodução argentino-paraguaia “El Príncipe de Nanawa”, dirigida por Clarisa Navas, levou o prêmio principal. Como em todas as edições, a programação destacou a cultura da região Entre Fronteiras, com uma forte presença brasileira nas competições de curtas e longas-metragens, além das palestras técnicas e oficinas oferecidas pelo festival.
O filme de abertura foi o curta-metragem brasileiro “Amei te Ver”, do realizador Ricardo Garcia, uma história de amor entre um menino com deficiência auditiva e uma menina cega. A obra foi escolhida para abrir o festival pelo seu enfoque inclusivo, em sintonia com a proposta desta edição, que incluiu, entre outras atividades, a oficina de comunicação audiovisual para pessoas surdas. A cerimônia contou ainda com interpretação em Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Pela primeira vez, o festival incorporou a Competição Internacional de Longas-Metragens, na qual competiu o documentário “Cine Globo, uma Vida de Cinema”, dirigido por Christian Jafas e Carlos Roberto Grün, sobre o cinema de Três Passos e o valor comunitário de manter uma sala independente no meio da selva brasileira. Também participou da competição o thriller “Vinchuca”, coprodução entre Brasil e Argentina dirigida por Luis Zorraquín, sobre um adolescente envolvido em uma trama de contrabando na fronteira entre os dois países.
O curta “Manoel e Betinha”, dirigido por Marta Haas, recebeu a primeira menção especial do júri da Competição de Curtas Entre Fronteiras. O filme aborda o episódio real do assassinato do sargento opositor à ditadura militar Manoel Raymundo Soares, em 1966, conhecido como o “caso das mãos amarradas”. Também competiram “O Semáforo Amarelo”, de Guilherme Carravetta De Carli, e “Logos”, de Britney Federline.
A animação “Morto Não”, de Alex Reis, conquistou os prêmios Box Brazil e Voto do Público, na Competição Internacional de Curtas-Metragens. O filme trata das alegrias e dilemas do nascimento do primeiro filho de um casal no Brasil. Nessa mesma categoria, competiram “Baile da Curva”, de Bruno Autran, e “Bijupirá”, de Eduardo Boccaletti.
O Brasil também esteve presente na Mostra Latino-Americana de Infâncias, com os curtas “Antes de Eu”, de Marília de Medeiros Deliberador Diogo, e “Lá na Frente”, de Márcio Andrade. Já na seção Juvenil, foram exibidos “Maral”, de Julia Rojas Fernandes, e “Descamar”, de Nicoláu Araujo.
No Panorama Internacional não Competitivo, foi exibido o curta-documentário “A Bolha”, de Caio Baú, que retrata a Liga Nacional de Futebol LGBTQIA+ em São Paulo. Também integrou essa seção “Guarapari Revisitada”, de Adriana Jacobsen, que revive imagens inéditas do município registradas em 1960 pelo cineasta amador Ernst Bergmann.
A mostra coletiva Festivais Entre Fronteiras apresentou obras programadas por diversos festivais da região. O Brasil esteve representado pelas mostras Santa Maria Vídeo e Cinema, Mostra de Cinema das Missões (Santo Ângelo), Festival Três Margens (Foz do Iguaçu), Festival Internacional da Fronteira (Bagé) e Festival de Três Passos, com os filmes “Esporas”, “Arame Farpado”, “Um Pássaro Chamado Memória”, “Entre Aulas” e “Neuroses”.
A 22ª edição do festival ultrapassou os limites da cidade de Oberá, contando com diversas subsedes na região Entre Fronteiras, como o Cine Clube Nossa Sala, em Foz do Iguaçu.
O Brasil também marcou presença nas palestras técnicas do festival. O realizador William Hinestrosa, pesquisador artístico dos Estúdios Globo e jurado da categoria Curtas Entre Fronteiras, ministrou a palestra “Modos de investigação artística”. A executiva Claudia Dreyer, do Grupo Box Brazil, apresentou “Os desafios de uma região sem fronteiras”. E Sofia Ferreira, diretora do IECINE (Instituto Estadual de Cinema do Rio Grande do Sul), participou do encontro “Ferramentas de fomento de organismos da Argentina, Paraguai e Brasil”.
Além disso, estudantes da UNILA (Universidade Federal da Integração Latino-Americana) participaram do Encontro Universitário Entre Fronteiras, que reuniu 87 estudantes de seis universidades da região para fomentar a interação entre carreiras audiovisuais e criar vínculos duradouros além do festival.
A presença brasileira nas competições, mostras e espaços profissionais do Festival Oberá em Curtas 2025 confirma o caráter integrador do evento, que, mais uma vez, fortaleceu os laços culturais e criativos entre os países das três fronteiras.
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