‘Sinalização positiva’, produtores de carne e café reagem ao anúncio da redução de tarifas pelos EUA

A ordem executiva assinada nesta sexta-feira (14) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinando a redução de tarifas sobre café, carne, frutas e açaí, repercutiu imediatamente entre entidades do agronegócio brasileiro. A medida é vista como um primeiro passo para destravar barreiras comerciais que restringem o acesso de produtos do Brasil ao mercado norte-americano.
Entre os setores diretamente beneficiados está o café, pois os EUA são o principal destino das exportações do produto brasileiro. Em nota divulgada na noite desta sexta-feira (14), o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que está avaliando os efeitos da ordem executiva.
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O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, lembrou que hoje existem duas tarifas aplicadas pelos EUA ao café brasileiro: a tarifa base, de 10%, e a tarifa adicional, de 40%, vinculada ao Artigo 301. Ele destacou que ainda é necessário analisar se o novo ato assinado por Trump se aplica apenas à tarifa de 10%, à de 40% ou a ambas.
“O Cecafé está em contato com seus pares americanos, neste momento, para analisar cuidadosamente a situação e entender o cenário que se apresenta. Voltaremos a nos pronunciar tão logo tenhamos os devidos esclarecimentos”, afirmou Ferreira.
Sinalização positiva
Para o setor de proteína animal, a notícia também foi recebida como um avanço. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Perosa, em entrevista a CNN, nesta sexta-feira, afirmou que a decisão norte-americana é uma sinalização clara de abertura para negociação, sobretudo diante dos impactos que as tarifas atuais têm sobre a competitividade da carne brasileira no mercado dos EUA.
Segundo Perosa, a ordem executiva mostra que Washington reconhece a necessidade de reavaliar medidas adotadas no passado, especialmente aquelas relacionadas ao Artigo 301, que ampliou barreiras sobre produtos que não atendiam exigências internas dos EUA. “Vejo como uma medida positiva do governo americano, que indica disposição de avançar nas conversas. Agora é aguardar os desdobramentos técnicos e diplomáticos”, afirmou.
Ele destacou que ainda não há clareza sobre qual tarifa será reduzida: a base de 10%, a adicional de 40% ou ambas. Mesmo assim, considera que a decisão representa um marco importante para retomar o fluxo comercial direto entre Brasil e Estados Unidos, especialmente para produtos bovinos.
Perosa ressaltou que as negociações tiveram forte componente diplomático e foram influenciadas por recentes encontros de alto nível entre os dois países, incluindo conversas entre os presidentes Lula e Trump e diálogos entre as chancelarias. “É inegável que, depois do encontro presidencial, as conversas destravaram. Houve um momento em que achávamos que poderia demorar mais, mas a diplomacia avançou e a medida veio”, explicou.
Carne brasileira volta ao radar dos EUA
O presidente da Abiec reforçou que uma eventual redução tarifária pode recolocar imediatamente a carne bovina brasileira em condições de competir nas prateleiras norte-americanas. Ele lembrou que os EUA são grandes consumidores de cortes usados pela indústria, como dianteiro, e que uma tarifa menor abre espaço para produtos como carne moída, hambúrguer, processados e outros itens da indústria frigorífica nacional.
“É a primeira sinalização concreta de que o fluxo comercial pode ser retomado em condições justas. O Brasil tem oferta, qualidade e competitividade para disputar esse mercado novamente”, afirmou Perosa.
Setor aguarda detalhes técnicos
Tanto Cecafé quanto Abiec reforçam que o momento é de cautela. As entidades aguardam a publicação completa da ordem executiva e o detalhamento dos percentuais que serão efetivamente reduzidos. Até lá, técnicos mantêm diálogo com autoridades americanas e com o governo brasileiro para entender os próximos passos.
Apesar das incertezas, o clima no agro é de otimismo. A redução tarifária sobre café, carne e outros produtos pode representar um reimpulso importante nas exportações brasileiras, especialmente diante de um mercado americano com forte demanda e grande capacidade de absorção de alimentos.
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