Ibovespa tem melhor ano desde 2016: o que foi destaque na bolsa em 2025?
O final de dezembro é tradicionalmente o momento de fazer o balanço do que foi positivo e negativo nos últimos 12 meses, e para os negócios da B3 não é diferente.
Os setores da construção civil (com retorno médio de 95,72%), de tecidos, vestuário e calçados (82,32%) e intermediários financeiros (66,60%) lideraram a lista de melhores desempenhos em 2025, segundo levantamento elaborado pela Elos Ayta a pedido do CNN Money.
Já na parte de baixo ficaram com os setores de produtos de uso pessoal e de limpeza (-41,61%), madeira e papel (-10,61%) e petróleo, gás e biocombustíveis (-5,23%).
Para Bruna Sene, analista de renda variável da Rico, o ano de 2025 foi marcado pela recuperação de setores que estavam descontados, de papéis que vinha em uma queda forte nos últimos anos e que as empresas estavam entregando bons resultados.
Segundo a analista, o bom desempenho dos setores educacional e imobiliário se enquadram nesse cenário, além de se beneficiarem com a provável queda da Selic em 2026.
“Com o fim do ciclo de alta de juros aqui no Brasil, os investidores já começaram a olhar para alguns papéis que se beneficiam do movimento de queda da Selic, que ainda não começou, mas os investidores têm esse perfil de se antecipar ao movimento. Alguns incentivos fiscais também acabaram beneficiando os setores”, complementa.
Já Pedro Moreira, analista de investimentos da ONE Investimentos, lembra que o setor imobiliário é muito impactado pela taxa alta de juros, mas teve forte impulso pelo programa “Minha Casa, Minha Vida”.
“Com o ‘Minha Casa, Minha Vida’, nós vimos uma performance extremamente positiva do setor em todas as empresas.E temos uma tendência de continuidade dessa boa performance, até porque a política monetária está sofrendo alterações, e melhorando a perspectiva de empresas do setor de construção como um todo”.
O setor de infraestrutura, sobretudo de construção de rodovias, Moreira afirma que também é um caso muito alinhado com a taxa de juros. Segundo ele, o fechamento da curva de juros impulsiona o setor porque são empresas que, normalmente, operam alavancadas — ou seja, utiliza capital de terceiros (dívidas, empréstimos ou financiamentos) para financiar suas operações e investimentos.
Já entre os setores que ficaram na “lanterninha”, o de transporte aéreo tem o pior desempenho durante o ano.
Sene diz que o setor, historicamente, exige cautela dos investidores por ser influenciado por muitos fatores, como preço de combustível, variação do câmbio, sazonalidade nas demandas.
Além disso, as aéreas foram fortemente impactadas pela pandemia de Covid-19 e não conseguiram se recuperar, o que fez com que os investidores fossem mais precavidos com as ações do setor.
“Nós vimos esse segmento sofrendo desde a pandemia, carregando um histórico de alta alavancagem, de alto endividamento, justamente porque tudo estava parado, foi um momento bastante difícil para essas companhias, que já tem um histórico delicado, por conta de diversos fatores que afetam a sua operação. As empresas estavam renegociando dívidas, entrando com pedido de recuperação judicial, é um momento delicado.”
Os setores de papel e celulose e de material rodoviário foram impactados pelo enfraquecimento do dólar e pela característica exportadora das empresas, segundo os analistas.
Sene destaca que as empresas de papel de celulose que estão na bolsa, em geral, são exportadoras e têm boa parte da receita em dólar. Em um cenário de dólar depreciado, o setor também sofre. Essa é a principal justificativa para que as empresas não tivessem um bom desempenho ao longo do ano.
Já o segmento de material rodoviário, Moreira analisa que, além dessas empresas também serem afetadas pela queda do dólar, o setor de bens de capital como um todo está passando por um momento desafiador, pelo cenário macroeconômico.
“Com a implicação de tarifas do Trump, algumas dessas empresas tinham parte da receita nos Estados Unidos, então o mercado se reajustou um pouco em termos de percepção de risco em relação a algumas companhias”, explica o analista em investimentos.
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